A CAMINHO...
...do trabalho
um homem caiu no Terminal:
— estava vivo
saudável
forte
ainda ontem alguém o tinha visto nalgum lugar! —
ia trabalhar, mas caiu.
O chão o amparou
como segura uma fruta muito madura
que se espatifa na efemeridade dos que
nascem
e vivem
e morrem
no final do que passou.
ninguém o socorreu:
não por impiedade
mas faltava saber para o que fazer
contra a impunidade...
... da Morte.
ninguém o socorreu: só o celular:
bendita tecnologia!
que evoluiu mais do que a vida
mais do que os homens
menos do que a morte
mais do que o homem que caiu no Terminal:
o coração perdido
— não de amor
de amor não —
perdido porque errou o caminho
esqueceu os compassos
atrapalhou-se nos passos
inventou de dançar diferente.
um homem caiu no Terminal
e foi socorrido pelos olhos condoídos
das gentes!
Tom Alguma Coisa
Tom Alguma Coisa
ResponderExcluirOs poemas narrativos tendem a ser menos líricos, como acontece com este. O enredo é bom.
Nota: 3,5
De alguma forma lembrou "Construção", do Chico Buarque. Gostei de tudo, exceto da ênfase narrativa no estilo e na forma, que ora desmancha a unidade da obra. Daria uma bela crônica.
ResponderExcluirnota 4,5
abraço
wasil Sacharuk
Acredito em uma construção diferenciada, não formatada em estilo ou linha artística. Algumas influencias notáveis, porém singular, tem coesão com o titulo em sutil trajéto, Boa obra.
ResponderExcluirNota. 4,3