TANATOSCOPIA
Surgindo a centelha da vida
há sempre nela escondida
a figura sinistra da morte...
Resta-nos evitar que aporte
A infância descuidada ignora
que existe a atenta senhora
rondando os seus folguedos
E pais varados por medos
A juventude sempre a desafia
escorada em insensata rebeldia
faz da morte adversária constante
Vencê-la torna a vida interessante
Mais tarde, o homem a respeita
Consciente que ela o espreita
em cada esquina da existência
Sua meta é só a sobrevivência
Quem foi poupado, envelhece
E pode ser que peça em prece
que a temida venha finalmente
Trazendo o descanso inerente
Seja como for, resta a certeza
que a morte, por sua natureza,
é a prima-dona do nosso teatro:
É dela a apoteose do último ato!
Florlinda Abate
Considerações: Mailton Rangel
ResponderExcluirTanatoscopia: O título é bom e o poema tem rima agradável e se enquadra ao tema. No entanto, por conta da colocação das palavras, especialmente na 3ª estrofe, o ritmo sofre um ligeiro travamento, e, por consequência, a sonoridade também. E um outro detalhe que incomoda é a quase ausência de imagens, ou seja: o contexto é eminentemente conotativo.
Nota: 3,5
Quase uma autópsia, o poema TANATOSCOPIA revela a ronda da morte, passo a passo,sempre à margem das etapas da vida.
ResponderExcluirMas a descrição é feita de forma comum, sem lirismo - o que é uma pena (de morte??)- e com travamento de ritmo em alguns trechos.
Nota: 2,8
Rogério Germani
Florinda Abate
ResponderExcluirAs rimas AABB são charmosas, e ficaram muito bem na história. Não gostei do título, mesmo que ele seja parte importante da interpretação.
Nota: 4,7
Dirce dos Santos
Visão própria do que seria a trajetória do ser. Pausadas linhas das diversas fases do viver, o que este autor faz em criativas descrições, menos poéticas, mais em face do real.
ResponderExcluirNota: 3,5
Corrijo aqui um deslize que cometi ao final do meu comentário acima:
ResponderExcluirO contexto é eminentemente "DENOTATIVO".